sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Véu da Noite

Estava com insônia. Sentada no chão da cozinha comendo pão, observei pela janela a lua. Ela estava extremamente linda! Senti na hora uma vontade louca de escrever...


É justamente de noite que recai o véu da inspiração, tal como a estrelas que recobrem o escuro à medida em que vão chegando.
Não sei bem o porquê desse momento. Talvez seja pelo motivo de que a noite é filha do mistério. Sua escuridão é linda qual um sentimento que se manifesta devagar e delicadamente: passo a passo nos vai tomando a alma e, quando notamos, damos conta de sua tamanha densidade, que a cada dia nos consome..
Mas a noite também me inspira.. O seu mistério me instiga a questionar; a revelar as peculiariedades que apreciei durante o dia.
A noite é minha anciã. Aprendi em meio à sua escuridão o melhor olhar a se lançar; o melhor parâmetro para compôr o significado do meu trilho.
Amo, sobretudo, a noite e os seus escuros, que ajudam-me a desvendar tudo o que me cerca e enche-me de insatisfação e desejo de carpir ainda mais o dia, para que quando chegue a vez da lua, poder narrar tamanha apreciação por aquela que ilumina meus passos e por aquele que me encobre o brilho da estrelas...

Poetizando.. Para poetizar..

A sinceridade, a limpeza nas palavras ao escrever revela-nos o olhar do verdadeiro poeta, que cresce nas coisas mais simples, que descreve os sentimentos mais profundos a medida em que a chama de sua alma ilumina seus pensamentos e estes, audaciosos, manifestam-se pelo trabalho das palavras...

A diferença começa aí..

Estava o índio, indolentemente, sentado à beira do rio, pescando, quando chegou um homem branco. Foi chegando de mansinho, parou a certa distância e se pôs a observar.
Viu o índio pôr isca no anzol calmamente, depois atirá-lo na água, olhar sonhadoramente para os círculos que se formavam e desapareciam na corrente e, fincar a vara na margem barrenta do rio, espreguiçar-se, recostar-se e esperar pacientemente.Viu o ligeiro movimento da linha, depois mais rápido, mais rápido, até atrair a atenção do índio.Viu o índio curvar-se para a vara, segurá-la, observar o vai e vem da linha cada vez mais rápido, cada vez mais forte, e de repente, sacar das águas um belo peixe, de uns dois quilos.E quando viu o índio assar e comer o peixe, jogar fora a vara para o lado e espichar-se na relva, disse:
- Como? Não vai pescar mais?
- Não.
- Por que?
- Já comi. Agora, descansar.
- Mas você pescou um peixe e tanto num instante ...
- Pesquei....
- Podia pescar outros ...
- Pra quê?
- Podia salgar e guardar para depois ..
- Depois eu pesco.
- Mas podia pescar muito mais ...
- Pra quê?
- Podia salgar e vender os peixes ...
- E o que eu ia fazer com o dinheiro ?
- Comprar mais varas, mais anzóis e pagar uns garotinhos pra pescar.
- Pra quê?
- Poderia pescar muito mais peixes ...
- E que ia fazer com tanto peixe?
- Vender, claro. Ganharia muito dinheiro.
- Pra quê?
- Comprar barcos, molinetes, e pescar lá no meio do rio. Pescaria peixes muito maiores, e venderia, e ganharia mais dinheiro, e compraria mais barcos, redes, arpões e contrataria mais pescadores e...
- Pra quê?
- Poderia até pescar no mar . E pescar muito mais peixes, e camarões, e baleias, e...
- Pra quê?
- Ganharia muito dinheiro. Montaria um frigorífico, uma indústria, ficaria riquíssimo...
- E...
- E então poderia pôr todo mundo trabalhando para você, e ficariadescansando, gozando a vida, apreciando a natureza ...
- Bom... isto já estou fazendo agora.E virou-se para o lado e dormiu ...

(Desconheço a autoria)

Direto da Esparta Clássica até o Brasil de hoje... (Quanto à distribuição de terras...)

Esparta e Brasil até que não são tão distintas assim uma da outra..(repito.. este texto é SÓ em relação às distribuições de terras )

Como em Esparta, a terra no Brasil , por volta dos anos de 1534 e 1536 também foi dividida em lotes dados pelo Estado para o usufruto de Aristocratas. Estes, aqui no Brasil, não eram guerreiros, mas nobres e pessoas de confiança do Rei de Portugal, Dom João III, chamados de "Donatários". As faixas de terra partiam do litoral até a linha imaginária do Tratado deTordesilhas. Eram chamadas "Capitanias Hereditárias".
Embora tenha vigorado por pouco tempo, o sistema de Capitanias Hereditárias gerou enormes problemas em relação à divisão de Terras no Brasil. A principal problemática desencadeada foi a distribuição desigual de terras, que posteriormente acarretaria no sistema de latifúndios, causando uma desigualdade no campo. Hoje, muitos não possuem terras, enquanto poucos possuem grandes propriedades rurais.
Existem muitos latifundiários que possuem grande parte da parcela do campo a quem foi admitida aos camponeses, que porém foram expulsos e hoje não têm nenhuma propriedade de terra e, por consequência, fazem aumentar cada vez mais o êxodo e o inchaço nas cidades.
A situação melhoraria se existisse uma ação com o propósito de limitar a propriedade de terra e utilizar o excedente para proporcionar o assentamento de milhares de camponeses sem-terra que hoje se encontram acampados em várias regiões do país. Tal atitude seria não só importante para os pobres do campo, mas também para o conjunto da sociedade e seus respectivos setores, como forma de geração de emprego e renda, produção de alimentos e vida justa para as pessoas do campo..! Ou uma reforma agrária, você é quem sabe!