sábado, 10 de julho de 2010

Para mim e depois pra ela,


mas antes para todos aqueles que não se escutam e têm, por isso, uma certa vergonha na cara - com todas as letras.

O poema não tem título, mas acho que pode ser alguma coisa com "querer"...



O chá quente que se esparrama pela mesa quando cai,

A gravidade que se esparrama pelo chão quando o vento pede

É o coração da moça que machuca

É a sua pele macia que iludi

Enquanto o áspero da minha testura arranha o meu desejo.

É a dúvida em viver trancado

Ou de ser um ser pressionado,

Mas espalhado diante das frustrações de ser assim:

Diferente demais pra mim.

Se o chá não cai a mesa não molha

Se o vento não pede a força não cai

Mas se o líquido fica a xícara esquenta

E a gravidade sem o vento não se vai

Porque tudo que se existe é pra perceber

É pra sentir

É pra ser

Senão a xícara estoura

E o chão fica vazio, sem vento, sem nada.

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